Concessionárias baianas demitem 6 mil funcionários
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Encerramento de atividades em concessionárias, como a Americar, agrava o problema de demissões |
Com a queda de 20% nas vendas de veículos no estado - no comparativo entre o primeiro semestre deste ano e o acumulado do ano passado -, as concessionárias baianas seguem a tendência da indústria nacional e demitem em massa.
Desde o início do ano, aproximadamente, seis mil funcionários já perderam o emprego nas 388 lojas filiadas, em todo o estado, ao Sindicato das Concessionárias e Distribuidores de Veículos do Estado da Bahia (Sincodivba). De acordo com a entidade, as empresas estão dispensando, em média, 35% de seus quadros.
Segundo o presidente do Sincodivba, Raimundo Valeriano, nem mesmo o apelo tradicional das vendas de fim de ano deve conter as demissões no ramo. A estimativa é que as empresas encerrem 2015 com um acumulado de oito mil demissões.
Em Salvador, um dos casos mais graves é o encerramento das atividades de três concessionárias de um mesmo grupo (Americar, Tratocar e Samurai), gerando cerca de 100 demissões oficiais
"Infelizmente, com a retração econômica e, consequentemente, a alta dos juros, o consumidor fica receoso de apostar em financiamentos de longo prazo, com impacto não só para as indústrias que também estão demitindo em massa (ver matéria nesta página), como para as vendas diretas nas lojas", diz Valeriano.
As demissões vêm ocorrendo também nos casos de venda das empresas, em pacote geralmente seguido de corte de pessoal.
Valeriano acredita, entretanto, em recuperação da economia, a partir do ano que vem, "quando as expectativas sobre novas mudanças no cenário brasileiro devam se acomodar, também com o desenrolar e provável conclusão das investigações da Operação Lava Jato, que afetaram o setor de construção civil, comprometendo a circulação de dinheiro na economia", como frisou.
"Até lá, estamos apostando em promoções e ações de mídia, mas a impressão que dá é que se até oferecermos um outro carro grátis, ainda assim, as vendas não se realizam, o que força as empresas a cortar custos e demitir", lamenta Valeriano.
Sem receber
"É tanta demissão que o sindicato não está tendo condição de fazer as homologações nos prazos normais previstos", confirmou Jorge Fonseca, presidente do Sindicato dos Empregados em Administradoras de Consórcio e Vendedores de Consórcio, Empregados e Vendedores em Concessionárias de Veículos, Distribuidores de Veículos e Congêneres do Estado da Bahia (Sindcon-BA).
Segundo Fonseca, entre os casos mais graves está o Grupo Americar. "Alguns funcionários antigos foram mantidos, por conta dos altos valores de indenização, mas estão há cerca de 120 dias sem receber os salários, e o sindicato é que está dando cestas básicas para ajudar no sustento das famílias".
No interior, como assinala Fonseca, a situação é ainda mais grave nos municípios afetados pela estiagem.
Do A Tarde
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