Maior sonho de jovem com superobesidade é voltar a andar

No local, enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Paraíba deram todo o suporte ao jovem até o Corpo de Bombeiros de Pernambuco chegar ao local, por volta das 8h30. Para retirar Carlinhos da van, eles montaram uma operação para garantir a segurança durante o deslocamento até o 10º andar do HC, onde está o paraibano. O esquema, que foi testado no dia anterior, saiu melhor do que o esperado: Carlinhos foi colocado no elevador e seguiu acompanhado de bombeiros. Não foi necessário usar guincho, como aconteceu na saída de Patos, à 1h desta quinta-feira. “Quando saiu de casa, ele se emocionou muito. Chorou ao se despedir as pessoas que foram transmitir boas energias a ele”, informou Aderlene.
O trajeto até o Recife, segundo ela, foi tranquilo, apesar de Carlinhos ter reclamado muito de fome e calor na van. “De vez em quando, ele demonstrava ansiedade e perguntava a viagem ainda iria demorar muito tempo.” Ao chegar ao hospital, ele também se queixava de dor de cabeça e deposita muita esperança nos médicos que o acompanham a partir de agora.
O HC é referência no tratamento cirúrgico da obesidade. O programa de atendimento aos pacientes com essa condição iniciou em 1997. Até agora, o paciente mais pesado que passou pela cirurgia bariátrica na unidade tinha 320 quilos. “Hoje, ele está bem”, informa o chefe do Serviço de Cirurgia-Geral do HC, Álvaro Ferraz. O fato de, na prática, a equipe médica não ter experiência com pacientes que tem o peso de Carlinhos não prejudica o plano terapêutico a que ele será submetido.
A médica Luciana Siqueira, que recebeu Carlinhos no HC, garante que o jovem está em boas mãos. “No Norte e Nordeste, somos o único hospital com estrutura para recebê-lo. Fizemos várias adaptações na enfermaria e estamos preparados para oferecer o melhor a ele”, afirma Luciana.
Ela acrescenta que primeiramente Carlinhos vai passar por uma série de exames. O tratamento clínico, que começa a partir de agora, inclui dieta, atividade física e prescrição das medicações necessárias. “Só depois podemos pensar em submetê-lo à cirurgia. Teoricamente, ele teria que perder 10% do peso atual para ser operado, mas tudo precisa ainda ser muito analisado.” A Gerente de Atenção à Saúde do HC, Ana Caetano, acrescenta que o tratamento pré-cirúrgico de Carlinhos não deve durar menos de 6 meses e que o ideal seria que o jovem eliminasse cerca de 100 quilos antes de ser operado.
Fonte: Jornal do Comércio
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