Empreendedor do Sul da Bahia lucra com venda de espetos para churrasco
MEI conquistou mercado após automatizar produção e criar modelo sustentável
Quando alguém compra uma maçã do amor ou churrasco
de rua, pode até não perceber um fato interessante na hora em que
consome o produto. Mas a praticidade que é oferecida pelo suporte do
alimento só é possível porque alguém pensou e trabalhou para isso.
Afinal, tem ou não importância o espetinho usado para organizar e
proteger a maçã ou a carne do contato direto com as mãos? Para o Microempreendedor Individual (MEI) Adalberto Leme, tem. E duplamente:
primeiro, pelo conforto que o consumidor ganha; segundo, pela garantia
do sucesso do seu negócio.
A ideia surgiu em Itabuna, em 2001. Nascido no
interior de São Paulo e com passagens por montadoras de equipamentos
industriais de grande porte, ele resolveu buscar no Sul da Bahia um
ritmo menos agitado de vida. “Meu vizinho fabricava espetinhos de forma
artesanal, era demorado demais. Com um equipamento manual, ele fazia de
cinco a seis espetos por minuto. Tive a ideia de montar um equipamento
motorizado que me dava, neste mesmo tempo, 60 espetos”.
Adalberto convidou o vizinho para uma parceria e
tornaram-se sócios informais. Tempos depois, resolveram desfazer o
negócio. Em 2010 Adalberto procurou o Sebrae e se formalizou. Na função
em que se define como “goleiro e atacante”, passou, além de produzir
sozinho, a comercializar os espetos entre vendedores ambulantes e
pequenas lojas de Itabuna. Hoje ele produz 10 mil espetos por semana. E
vende todos.
“A formalização viabilizou o negócio”, destaca
Michel Lima, analista do Sebrae. “Foi possível ampliar o mercado e
atender a empresas estabelecidas na região, já que o empreendedor passou
a emitir nota fiscal”, completa. “Ampliar o leque de atuação deu volume
ao seu negócio já que, na maioria dos casos, é a falta de mercado que
prejudica o empreendimento de pequeno porte”, assegura Michel.
No momento, Adalberto só não aumentou a produção por
que o espaço que tem em casa não lhe permite tal iniciativa. A meta é
conseguir junto à prefeitura, uma área para construir um galpão e
ampliar a produção. A Cia. Júnior, da Universidade Estadual de Santa
Cruz, gerida por universitários que praticam os conhecimentos teóricos
relacionados à sua área de formação acadêmica, já elaborou um plano de
ação e diagnosticou a viabilidade do negócio.
Focado na sustentabilidade, Adalberto usa bambu como
matéria-prima. “Além de não causar grandes impactos ao meio ambiente e
sua extração ser livre, o produto apresenta melhor rigidez para uso
comercial”, assegura. O uso deste tipo de material também lhe
proporcionou reduzir em 30% o preço médio, se comparado a outros
espetinhos comercializados no mercado regional. Adalberto ainda sonha em
poder agregar valor com a palha que sobra da confecção dos espetinhos.
“A ideia é ainda poder fazer laminados com aglomerados para a confecção
de móveis”, projeta. “E isso será no curto prazo”, garante.
Informações: Sebrae
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