Uma adolescente de 16 anos foi salva pelo pai após sofrer um abuso
num ônibus que passava pela Zona Sul do Rio, na manhã desta terça-feira.
Ela cochilou e despertou ao sentir que um estranho havia colocado a mão
embaixo de sua saia, a jovem mandou uma mensagem pelo WhatsApp para o
pai, um taxista: “Chama a polícia. Um cara tentou abusar de mim”. Logo
depois, completou: “Estou com medo. Muito, muito”. Durante a conversa, a
garota relatava para o pai os lugares por onde o ônibus passava, entre o
Jardim Botânico e a Lagoa.
- Eu estava perto, na Lagoa, onde
pegaria uma passageira. Mudei de direção e segui para o trajeto que o
ônibus fazia. Durante todo o tempo conversando com ela. Foram momentos
de puro desespero - contou o pai.
Segundo ele, a menina o avisou quando o ônibus parou num ponto perto
do Hospital da Lagoa. Ele, então, abandonou o carro e seguiu a pé para a
unidade de saúde, onde pediu ajuda a um segurança. No caminho,
encontraram uma equipe do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas
(BPTur). Ao chegarem ao ônibus, o pai conseguiu retirar a garota e o
suspeito foi detido.
- Ela chorava muito. Estava nervosa demais. Mas graças a Deus conseguimos evitar o pior - disse o taxista.
De acordo com ele, a filha pega o mesmo ônibus, da linha 309 (Central-Alvorada), diariamente, para ir à escola:
- Ela vai para a escola, na Lagoa. Nunca tinha passado por uma situação dessas.
Na
14ª DP (Leblon), já mais calma, a adolescente contou que chegou a
questionar o suspeito ao acordar e perceber o que ele fazia.
- Perguntei: "Você está maluco?". Ele não esboçou reação. O ônibus
estava muito cheio e sei que algumas pessoas escutaram, mas ninguém fez
nada. Eu não conseguia sair porque estava presa entre ele e a janela.
Foi aí que tive a ideia de mandar as mensagens para o meu pai - disse
ela.
A jovem contou ainda que recebe cantadas frequentes na rua
quando está com a saia do uniforme e, por isso, pensa em passar a usar
apenas calça comprida:
- Essa saia curta chama muito a atenção. Acho que vou alertar minhas amigas também.
O suspeito também foi encaminhado para a 14ª DP. O pedreiro Severino
Crispim Ferreira, de 55 anos, foi autuado por estupro de vulnerável,
cuja pena varia entre 8 e 15 anos. A princípio, ele negou o abuso,
alegando que sua mãe havia caído sobre a vítima quando ele dormiu. Mas
depois acabou confessando o crime. Severino é casado e tem uma filha de
22 anos.
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