Governo de Dilma tem 62% de reprovação, aponta Datafolha
A avaliação ruim/péssima do governo da presidente Dilma Rousseff
disparou para 62% em março, de forma generalizada por renda e regiões
geográficas, na maior rejeição a um presidente desde Fernando Collor de
Mello às véspera do impeachment em 1992, mostrou nesta quarta-feira, 18,
pesquisa Datafolha.
No início de fevereiro, a avaliação ruim/péssima de Dilma estava em 44 por cento.
A nova sondagem, realizada nos dois dias seguintes aos protestos
gigantes de domingo contra o governo, mostrou ainda que os que
consideram o governo Dilma ótimo/bom caíram para 13%, contra 23% no
levantamento anterior.
Segundo o Datafolha, a desaprovação é de pelo menos 60% em todos os segmentos na divisão dos entrevistados por faixas de renda.
Entre os que ganham até dois salários, Dilma é considerada ruim/péssima
por 60%, enquanto a desaprovação vai a 66% de dois a cinco salários
mínimos e chega a 65% entre os que recebem de cinco salários para cima.
Na separação por regiões, em todas a avaliação ruim/péssima é de pelo menos 51%, taxa registrada na região Norte.
A maior rejeição está no Centro-Oeste, onde 75% avaliaram Dilma
negativamente. Mesmo no Nordeste, onde Dilma teve ampla vantagem na
eleição de outubro do ano passado, a reprovação foi a 55%.
Em meio a um cenário de fraqueza econômica e inflação alta, Dilma tem a
pior aprovação de um presidente desde setembro de 1992, quando Collor,
que estava prestes a cair, tinha 68 por cento de reprovação, segundo o
Datafolha.
De acordo com a série do instituto, essa é a primeira vez que Dilma tem
mais de 50% de avaliação negativa. Ao mesmo tempo, sua taxa de
aprovação chegou ao pior nível em todo o tempo de seu governo.
Pessimismo econômico
A pesquisa também apontou um aumento no pessimismo dos brasileiros com o
futuro da economia, chegando a 60%, o índice mais alto na série
histórica iniciada em 1997 e cinco pontos acima do registrado em
fevereiro.
A piora de cenário reflete preocupações com o desemprego e a inflação.
Para 69% dos entrevistados, o desemprego tende a aumentar, ante 62 por
cento na pesquisa de fevereiro.
Quanto à inflação, os que apostam num aumento passaram de 81% para 77%.
Apesar do recuo, a variação fica no limite da margem de erro e o número
segue em patamar elevadíssimo.
Dados do IBGE mostraram que a taxa de desemprego no Brasil aumentou
tanto na medição tradicional como nos números apresentados pela Pnad
Contínua, enquanto a inflação medida pelo IPCA registrou em fevereiro a
maior alta acumulada em 12 meses em quase 10 anos, com 7,70%.
O levantamento do Datafolha ouviu 2.842 pessoas, em 172 municípios,
entre segunda e terça-feira. A pesquisa, que tem margem de erro de 2
pontos percentuais, foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Da Reuters
Post a Comment