Polícia mata suspeito após dois ataques na Dinamarca
A
polícia afirmou que imagens gravadas por câmeras de segurança embasam a
suspeita de que o mesmo atirador foi o responsável pelos dois ataques.
As autoridades do país dizem acreditar que não há mais suspeitos
envolvidos.
O correspondente da BBC em Copenhague, Malcolm Brabant, disse que a cidade está em alerta após os ataques.
"Nós
acreditamos que o mesmo suspeito está por trás dos dois incidentes, e
também assumimos que ele foi morto pela força tarefa da polícia", disse o
chefe de polícia Torben Molgaard Jensen.
Norrebro
O confronto entre o suspeito e as forças policiais ocorreu no
distrito Norrebro, a cerca de cinco quilômetros da sinagoga atacada. O
bairro é caracterizado por uma grande presença de imigrantes.
Após o primeiro ataque no café, a polícia lançou uma grande operação de buscas para capturar o suspeito.
Ele havia fugido do local em um carro preto, que foi logo abandonado.
As autoridades então divulgaram imagens de câmeras de segurança numa tentativa de identificar o atirador.
Enquanto
isso ocorria ele realizou o segundo atentado, contra pessoas numa
sinagoga. Horas depois o homem foi morto pela polícia.
A premiê da Dinamarca Helle Thorning-Schmidt descreveu o primeiro ataque como um ato de terrorismo "politicamente motivado".
Debate
Entre
os participantes do debate onde ocorreu o primeiro ataque estava Lars
Vilks, um polêmico cartunista sueco que já foi ameaçado de morte depois
de fazer charges do profeta Maomé. Ele não foi ferido durante o ataque.
O
embaixador francês, François Zimeray, também participava da reunião.
Logo depois do incidente, foi postada uma mensagem no Twitter do
embaixador informando que ele está vivo.
Testemunhas
Em
uma gravação de áudio feita dentro do local do ataque e obtida pela BBC
é possível ouvir muitos tiros interrompendo as discussões.
Niels
Ivar Larsen testemunhou o ataque e disse à agência de notícias
Associated Press: "ouvi alguém disparando com uma arma automática e
alguém gritando".
"A polícia reagiu atirando e eu me escondi atrás do bar", acrescentou.
Charlie Hebdo
O seminário foi
descrito no site pessoal do cartunista Lars Vilks como um debate sobre
se deveria existir limite para a expressão artística ou para a liberdade
de expressão.
A descrição do evento perguntava se artistas
poderiam "ousar" e cometer blasfêmia depois de ataques como o ocorrido
contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, que ocorreu no mês passado em Paris.
Dois atiradores invadiram o escritório da Charlie Hebdo
e mataram 12 pessoas, incluindo dois policiais. Os irmãos Cherif e Said
Kouachi, mortos pela polícia dois dias mais tarde, foram motivados
pelas polêmicas charges do profeta Maomé feitas pela revista - quatro
cartunistas também morreram.
Lars Vilks já sofreu ameaças e os organizadores do evento deste
sábado informaram no site que haveria "segurança rigorosa", como de
costume em todos os eventos em que ele se pronunciava em público.
Uma
organizadora do seminário, Helle Merete Brix, disse à BBC que o local
estava sendo vigiado por policiais armados e agentes de segurança do
serviço secreto da Dinamarca, além dos seguranças do próprio cartunista.
Helle afirmou que considera o incidente como um ataque contra Vilks.
Em
2007 Vilks fez uma charge do profeta Maomé fantasiado de cachorro. Em
2010 dois irmãos tentaram incendiar a casa do cartunista, no sul da
Suécia, e foram presos.
Em maio daquele mesmo ano ele foi atacado
por manifestantes muçulmanos durante uma palestra sobre liberdade de
expressão na Universidade de Uppsala, na Suécia.
E, em março de 2013, Vilks foi colocado na lista dos "mais procurados" pela Al-Qaeda da Península Árabe.
Charges
mostrando o profeta Maomé foram publicadas por um jornal da Dinamarca
em 2005, o que desencadeou protestos violentos em países muçulmanos.
Da BBC
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