Com R$ 50 da avó, ambulante ganha 1º milhão vendendo hambúrguer na praia
Foi nas areias de Ipanema, no Rio da avó. Era o início da Hareburger que, oito anos depois,
fechou 2014 faturando R$ 1,2 milhão em duas lojas fixas. O lucro não foi
informado.
Uma das lojas é a matriz da rede, chamada por Krás de "nave-mãe". A
outra unidade é franqueada. O custo de abertura é a partir de R$ 190
mil, segundo a empresa. O faturamento médio mensal é de R$ 100 mil, com
lucro líquido de 15% (R$ 15 mil) e retorno do investimento em até 30
meses.
Apesar das lojas, a empresa não abandonou as praias. Krás afirma que
seis vendedores autônomos são responsáveis por revender os hambúrgueres
da marca nas areias de Ipanema e do Leblon. Para trabalhar para a rede,
os vendedores precisam estar formalizados como microempreendedores
individuais.
"Eles compram nossos hambúrgueres com desconto e revendem pelo preço da
loja", diz. "Também fornecemos o isopor, uniforme e um leitor de
cartões, que pode ser acoplado a um smartphone."
Durante o verão, a venda de hambúrgueres nas praias triplica e a
empresa chega a contar com até dez vendedores ambulantes, todos
autorizados pela prefeitura a exercerem a atividade, segundo Krás.
A Hareburger tem sete opções de sanduíches. O mais vendido é o de
shiitake, mas também há lanches com molho de manga, abacaxi e pão de
sete grãos, todos feitos com hambúrguer de soja. Os preços variam de R$
13 a R$ 15, dependendo do sabor. Além disso, as lojas vendem sucos e
sobremesas naturais.
Negócio começou com R$ 50 emprestados da avó
O empresário, que é vegetariano, percebeu a oportunidade de negócio ao
frequentar praias e não encontrar opções de alimentos sem carne.
Decidido a atender esse público, ele pediu R$ 50 emprestados a avó e
comprou isopor, papel alumínio e ingredientes para montar os primeiros
"hare burgers".
Praticante de kung-fu e meditação, Krás se inspirou na cultura oriental
e esotérica para criar a identidade do negócio. Alguns ingredientes
levam nomes diferentes, como "cheddar alucinante", "tomate psicodélico",
"mostarda transcendental" e "molho secreto vulcânico de Marte"
(barbecue).
"Precisava de um diferencial de marketing. Essa foi uma forma
descontraída que encontrei para chamar a atenção do público", diz. "É
uma inspiração que vem das estrelas." Para este ano, ele planeja a
abertura de cinco unidades franqueadas no Rio de Janeiro e uma em São
Paulo, no segundo semestre.
Sazonalidade é risco para negócios na praia
Negócios na praia convivem com o risco da sazonalidade, segundo Rodolfo
Olivo, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração). Enquanto
as vendas se multiplicam no verão, elas caem na mesma proporção durante
o inverno. Sem planejamento, a empresa pode não suportar o período de
baixa e fechar, de acordo com o professor.
"É preciso planejamento. Durante o verão, o empresário tem de fazer uma
reserva de dinheiro para aguentar os custos do inverno. Se ele gastar
tudo ainda no verão, não vai ter fluxo de caixa suficiente para pagar as
contas depois", afirma.
Para o Olivo, antes de abrir um negócio na praia, o empresário deve
analisar se a ideia é viável o ano todo e, principalmente, não se
enganar com o movimento de verão no litoral. "A praia cheia dá uma falsa
sensação de que não faltará público. Por isso, também é importante ver o
movimento fora da alta temporada", diz.
Faturar R$ 1 milhão com loja de hambúrguer é possível, diz especialista
Faturar R$ 1,2 milhão em um ano com a venda de hambúrguer é possível,
segundo cálculos de Olivo. Para alcançar tal número, o especialista diz
que cada loja da Hareburger precisa arrecadar R$ 50 mil por mês. Levando
em conta um gasto médio por cliente de R$ 20 (lanche + suco), cada loja
teria de atender cem clientes por dia.
"Por ser no Rio de Janeiro, uma cidade grande e com alto fluxo de
turistas, é possível que cada loja atenda cem clientes em um dia",
afirma.
Do Uol
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