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Ambulantes lucram R$ 700 por noite em Salvador


Nem só de axé e azaração é feito o Carnaval de Salvador. No circuito Barra-Ondina, muita gente rala mais de 12 horas por dia para garantir uma renda extra no ano. Alguns investem em viagens com a família, outros preferem investir no próprio negócio, mas de uma coisa ninguém abre mão (ou se arrepende): trocar os dias de folia por trabalho intenso.

Por aqui, Tamires é mais conhecida como “Negona”. Em sua barraca toda colorida, o que não falta é bom humor, maquiagem e simpatia. Sacoleira fora do Carnaval, ela e a prima investem a economia do ano anterior na licença obrigatória da prefeitura (R$ 127), além da mercadoria. A dupla chega a lucrar R$ 700 por noite no ponto da Barra.

“Ganhamos R$ 6 a cada caixa de cerveja vendida. Mas o que mais rende lucro é a venda de refrigerante e água”, conta a ambulante. Na Barraca da Negona, uma latinha custa R$ 2 e três saem por R$ 5.

Apesar do trabalho intenso e do estresse com a fiscalização, Tamires garante que dá para se divertir muito e ainda aproveitar a azaração.

Ela e a prima entraram nesse negócio há quatro anos. As duas estavam sem grana e resolveram arriscar tudo o que tinham: R$ 300. Sem a licença da prefeitura, vendiam cerveja clandestinamente em uma rua perpendicular ao circuito Barra-Ondina.

Depois de sete dias de trabalho, a dupla faturou R$ 2,7 mil. Resolveram, então, fazer disso uma forma de investimento anual. Neste ano, elas pretendem lucrar cerca de R$ 4 mil.

Casal pretende triplicar renda
Há três anos, José Raimundo da Conceição também resolveu trocar a folia por labuta. Acompanhou o trabalho de um amigo em um Carnaval e decidiu que faria o mesmo. Desde então, pede férias de seu serviço como porteiro para vender cerveja nos dias de folia.

“Só vou sair desse esquema no dia que ganhar na Mega-Sena”, brinca o ambulante.

Ele e a mulher se revezam na barraquinha quase em frente ao camarote Planeta Band.  Ela trabalha durante o dia e ele faz o turno da noite. O casal investiu R$ 600 entre a licença da prefeitura e mercadoria e espera, pelo menos, triplicar essa renda.

Com o lucro, os dois vão viajar com os filhos nos próximos feriados para visitar a família no interior da Bahia.

Terceirização da venda
Uma molecada aproveita o Carnaval para trabalhar, se divertir e “beijar a mulherada”. Alisson da Silva Ferreira e Wesley de Jesus Ramos, de 18 anos, reúnem mais três amigos, todos vizinhos, para vender cerveja no meio da pipoca e dos blocos que passam pelo circuito Dodô.

Na verdade, eles não investem grana alguma para o trabalho. São terceirizados. Um investidor paga R$ 150 para cada um deles por dia na avenida. Os amigos garantem que vendem 80 caixas de cerveja por dia, apesar de a quantia não mudar em nada o valor recebido por eles.

O pagamento vira roupa, lente colorida, correntes de prata ou até um sonho mais simples, uma bola de futebol.

Iniciantes nessa empreitada, o grupo de amigos não pretende parar mais: “a gente ganha dinheiro e curte ao mesmo tempo. Por que parar?”, conclui Wesley.

Do UOL

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