Teixeira de Freitas: assassino leva a Polícia ao corpo de Cassiane
Os detalhes da morte de Cassiane Alves dos Santos, de 15 anos, que estava desaparecida desde a última quinta-feira, 27 de no novembro, foram divulgados durante uma coletiva de imprensa no final da tarde desta terça-feira, 2 de dezembro.
A adolescente foi encontrada morta no final da manhã depois que policiais da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior em parceria com a Delegacia de Tóxico e Entorpecentes e a Delegacia de Atendimento Especializado a Mulher, prenderam o até então suspeito do crime, Ismael de Jesus Morais de 27 anos, vizinho da vítima.
Ismael que já tem passagem por roubo, furto e desmanche de veículos e que responde a estupro de vulnerável pela Comarca de Prado desde 2007, foi preso em frente ao trabalho sob força de um mandado de prisão temporária no início do dia.
Morta de forma cruel
Cassiane sumiu no dia 27 do mês passado, a mãe dela, Cida Santos, saiu para trabalhar e deixou a filha sozinha em casa, já que suas duas irmãs mais novas haviam ido para a escola. O sumiço foi percebido ainda pela manhã depois que uma amiga ligou insistentemente para a adolescente que não atendeu o celular.
Cassiane havia ficado em casa dormindo e não foi encontrada, em sua cama havia vestígios de urina e o celular também foi deixado no quarto.
O primeiro comunicado na Polícia foi feito através da Delegacia de Atendimento Especializado a Mulher onde atuam as delegadas Kátia Guimarães e Andressa Carvalho, elas solicitaram uma perícia na casa de Cassiane localizada no bairro Cidade de Deus em Teixeira de Freitas.
O trabalho pericial executado pelo perito criminal Manoel Garrido da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia Técnica coletou parte do colchão e do forro da cama onde havia vestígios de urina, o material foi encaminhado para Salvador para verificar a existência de material genético.
Com a comunicação do caso à 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, comandada pelo delegado Marcus Vinicius com apoio do delegado Marco Antônio Neves da Delegacia de Tóxico e Entorpecentes, o trabalho investigativo foi intensificado.
O delegado Marco Vinicius explica que a princípio a Polícia trabalhou com a possibilidade de fuga para um namoro, no celular da adolescente havia mensagens de um número internacional, onde estaria se formando uma espécie de namoro, mas a linha de investigação acabou sendo enfraquecida dias depois.
Em outra linha de investigação, a Polícia trabalhava com base em ameaças feitas a família da adolescente, encontradas no celular da mãe, entregues nos dias 8 e 12 de novembro.
Somente no último domingo, após uma nova visita a casa, a Polícia observou uma fresta no muro do quintal que dava acesso a casa de Ismael, o vizinho, que já tinha histórico criminal bastante extenso. O fato dos vizinhos também não ter ouvido qualquer barulho pela manhã intrigava a Polícia e levantava a suspeita sobre alguém próximo da família.
Após investigações, os policias descobriram Ismael já havia invadido a casa de Cassiane durante a madrugada, e chegou a tocar no pé da adolescente, mas com medo, ela não chegou a vê-lo. Uma tia da vítima também já havia flagrado o assassino no interior do imóvel.
O Serviço de Inteligência também descobriu que no dia do crime, Ismael chegou atrasado na cervejaria onde trabalha, as 7h43, e não conseguiu apresentar para a polícia nenhum álibi para explicar onde esteve entre as 6h30 e o horário de entrada no serviço no dia 27 de novembro.
Dois dias depois, quando um morador do bairro que fazia um trabalho de mecânica no carro de Ismael encontrou um fio de cabelo de 13 centímetros de comprimento na cor castanha, no fundo do porta malas do Uno do acusado.
Diante das evidências, a Polícia Civil pediu a prisão temporária de Ismael, o manado foi cumprido nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, e em depoimento de forma fria e tranquila ele negou as acusações.
Ismael negou o crime até ficar frente a frente com o pai de Cassiane, Revenildo Almeida Santos, que implorou pelo direito de sepultar sua filha. Após a súplica da família, Ismael mudou o depoimento e confessou o crime.
De acordo com delegado Marcus Vinicius, Ismael invadiu a casa e após uma suposta tentativa de se relacionar sexualmente com a vítima, acabou esganando a adolescente com as mãos, depois disso usou um pedaço de arame para cometer esganadura. O assassino nega o abuso sexual, mas Polícia acredita que ele tenha se relacionado com a adolescente antes ou após a morte.
Ocultação do corpo
Com a adolescente morta, Ismael levou o corpo para uma plantação de eucalipto as margens da BR 101 em Itaitinga, interior de Alcobaça e voltou para o trabalho, o que explica o seu atraso.
No final de expediente, já no início da noite, o assassino voltou ao local e enterrou o corpo em uma cova rasa. A localização foi dada por ele e o desenterramento foi feito pela Polícia Técnica.
Segundo o perito criminal Manoel Garrido, o corpo estava apenas com a parte de cima do baby-doll, apesar de ter sido enterrado há cinco dias, o estado do corpo ainda permitiu a coleta da secreção vaginal, o material também foi encaminhado para Salvador para exame de laboratório e pesquisa de espermatozoides.
Durante uma entrevista Revenildo revelou a dor vivida nos últimos dias e classificou as atitudes de Ismael como monstruosas. O pai da adolescente também agradeceu o empenho da Polícia e disse que apesar da dor, poder sepultar sua filha é uma sensação de alívio.
Silêncio
Ismael foi apresentado à imprensa no final da tarde e ficou em silêncio diante das perguntas feitas pelos repórteres. Sem demonstrar arrependimento ele deixou a sala de entrevistas sem dizer uma única palavra. O assassino vai responder por estupro seguido de morte e ocultação de cadáver.
Por Sulbahianews/Uinderlei Guimarães
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