Mãe de garoto desaparecido oferece R$ 5 mil por pista: 'Não sei o que fazer'

Ao G1, a dona de casa Rute Fiuza, mãe do rapaz, contou que até a manhã desta segunda-feira (10) não recebeu qualquer informação sobre o que aconteceu com o filho. “Como não tive qualquer resposta até agora, resolvi dar esses R$ 5 mil para quem tiver alguma pista de onde ele está. Não precisa se identificar, é só dar uma informação que leve aonde ele está. Depois, a gente marca e eu entrego o dinheiro”, disse.
De acordo com a mãe, a operação policial ocorreu numa localidade conhecida como Vila Verde. Ela relata que vizinhos que testemunharam a operação viram o momento em que o filho foi abordado por agentes da PETO, quando conversava com uma moradora da região, e colocado dentro de um carro que não possuía plotagem policial. Na ocasião, Rute Fiuza detalha, com base em informações das testemunhas, que policiais chegaram a amarrar os pés, as mãos e o encapuzaram com a própria roupa.
Em nota, a PM disse que apura a situação e que mãe da vítima e testemunhas já foram ouvidas pela Corregedoria. Já a assessoria da Polícia Civil informou que não havia recebido queixas sobre o caso, nem no Departamento de Polícia Técnica (DPT), nem na 12ª Delegacia, que cobre a região.
Rute Fiuza conta que, desde o desaparecimento do filho, percorreu delegacias, Insituto Médico Legal e até locais de desova de corpos. Ela afirma que toda família está mobilizada em busca de notícias sobre o jovem. “Coloquei minha casa à venda para juntar dinheiro. Já não tenho mais o que fazer. Tenho certeza que, se fosse filho de algum general, algum deputado, não seria assim. Como abaixo de Deus só está o dinheiro, então oferecer a recompensa é a única coisa que vem em minha mente”, afirma.
Entidades acompanham
O Centro Acadêmico Vladimir Herzog emitiu nota em solidaridade à família de Camila Fiuza, irmão da vítima e estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em nota, o centro se compromete a mobilizar toda a comunidade acadêmica para cobrar imediata investigação dos órgãos competentes.
O Centro Acadêmico Vladimir Herzog emitiu nota em solidaridade à família de Camila Fiuza, irmão da vítima e estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em nota, o centro se compromete a mobilizar toda a comunidade acadêmica para cobrar imediata investigação dos órgãos competentes.
"Acreditamos que o desaparecimento não é um fato isolado. Diariamente, em todo o Brasil, jovens negros das periferias das cidades são abordados de forma violenta, a partir de suposições racistas da polícia. O resultado é que cerca de 77% dos jovens mortos – segundo dados da Anistia Internacional – são negros", afirma.
A diretoria da Facom também lamentou o desaparecimento e, em nota, também exigiu a apiração dos fatos e a aparição do jovem com vida. Em conjunto com a gestão Baobá do Centro Acadêmico Vladimir Herzog, a Facom afirma que organiza ações para colaborar com as buscas. "Também estamos em contato com outras instâncias de nossa Universidade para solicitar ajuda no processo de investigação desse caso", afirmou, em nota, a diretora Suzana Barbosa e o vice-diretor Fábio Sadao Nakagawa.
Do G1 BA
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